Tru Calling - O Apelo
Tru Davies é uma rapariga normal que decide ir trabalhar para a morgue. Atormentada pelo assassinato da mãe que presenciou ainda muito jovem, Tru ainda se interroga o porquê da mãe ter morrido e como concretamente. Isto leva-a a trabalhar com corpos pois procura saber o porquê das mortes.
Certa noite, Tru é subitamente apanhada de surpresa quando um cadáver lhe pede ajuda e esta começa a reviver o mesmo dia desde que acordou. Considerando este pedido de ajuda Tru parte à procura desse mesmo cadáver, que ainda não era uma cadáver, para ajudá-lo a evitar a morte. Tru revive assim os dias quando alguém lhe pede ajuda. Diga-se que anda a alterar o destino...a brincar com a morte a ver quem consegue apanhar primeiro a pessoa em questão. Se Tru chegar primeiro..a pessoa vive..se não.. a pessoa morre..
Isto remete-nos para esta temática que é o desígnio da morte e o destino.
Será que já temos um destino traçado e não o podemos alterar? Será que a morte tem um desígnio? No filme Final Destination mesmo de forma exagerada defendem que a morte tem um desígnio e que ninguém o pode alterar. Em Tru Calling a certa altura da série também se põe essa questão e surge mesmo uma nova personagem que é quase que a própria morte pois procura o oposto de Tru: esta tenta salvar as pessoas que morreram, alterando assim o desígnio da morte pois uma pessoa que era suposto morrer não morreu; a outra personagem curiosamente chamada de Jack ( remeto-vos para o conhecido Jack- o estripador, cujo nome em inglês é Jack the reaper , e the reaper é também o nome dado à morte) procura manter o dia igual àquele que já presenciaram, isto é, quem morreu nesse dia, deve morrer na mesma. Ao alterar o destino salvando as pessoas que lhe pediram ajuda, Tru estará a alterar o que já estava escrito..e poderá mesmo estar a fazê-lo em vão..pois para compensar a vida que não foi tomada, a morte pode levar outra.
Temos aqui dois prismas de pensamento:
o 1º é que Tru anda realmente armada em "parca" e acha que ainda não era a altura de cortar o fio da vida do dito cadáver, mas ao fazer isso está a enrolar os fios todos e logo alguns acabam cortados sem querer; neste ponto Jack tem razão em querer preservar o desígnio e manter o equilíbrio entre ambos os mundos poia quem morreu, deve morrer, senão alguém o substituirá.
o 2º é que Tru tem razão e deve salvar quem lhe pede ajuda, pois se lhe pedem, é porque é mesmo suposto serem salvos; afinal Tru tem poderes por alguma razão, logo deve ser mesmo suposto salvar que precisa ser salvo, e logo se alguém morrer derivado desse facto..é porque se calhar devia morrer mesmo, e quem pediu ajuda se calhar não devia ter morrido; aliás, como diria o meu velho amigo LOCKE " everything that happens, happens for a reason"; Jack surge-nos então como um anti-herói que vem complicar as coisas e como algo inevitável, pois tudo tem um oposto.
É uma série sem dúvida a ver´. Só chegou à 2a temporada e são poucos os episódios que existem, mas ainda assim deve ser vista pelos interessados da temática, e mesmos por todos pois o suspanse de salvar alguém e conseguir e tal, também a torna uma boa séria. Espero que a continuem e não seja uma daquelas séries que não teve audiência suficiente para valer a pena continuar.
